sábado, 31 de outubro de 2009

Valeska Vampireska- 31.10 Halloween

Adoro desenhar com lápis-de-cor, caneta e até giz.
Mas, quando dá fissura vai o que tem.
Este desenho eu fiz com as ferramentinhas básicas do paint.
A vampira ruiva que batizei de Valeska está desde junho esperando o Halloween para aparecer.
Olhando assim para o desenho, me lembro de um museu.
Vampiras de cabelos negros me parecem mais marcantes.
A Valeska tem ares de inocente...uma doçura, um jeito pacato...parece inofensiva. Só parece.
Gosto muito de histórias de terror. Tanto gosto que quando pequena ia inventando e assustando meus primos mais novos. Já cresceram e lembram até hoje. Tinham medo e curtiam! Até trilha digna de suspense eu criei para criar o clima nos momentos de maior tensão: um assobio muito legal. Faz tempinho que não conto as histórinhas. Basta surgir uma ocasião propícia. Ah!Agora lembrei que quando comecei a dar aulas de inglês numa escolinha no interior os alunos não tinham assim muito interesse. Queriam só saber da aula de educação física. Mas quando envolvi eles nas minhas hitórias, que contava em português misturado com inglês, as crianças ficaram parece que hipnotizadas e falavam tudo o que eu mandava, num inglês excelente!Passei o ano contando a mesma história. E eu inventava enquanto contava. O que era um desafio. Quando começava a falar não sabia o que ia acontecer, deixava o que vinha à cabeça fluir. O segredo é a capacidade de vizualização e o envolvimento. Se duvidar até eu acreditava nas minhas maluquices.
Hoje, dia 31 de outubro, o famoso Halloween ou Dia das bruxas, eu não vou inventar uma histórinha mas, deixo a Vampireska como um símbolo da minha apreciação pelo mistério, suspense, terror. Quem sabe um dia ela me inspire a criar uma história ainda que, cheia de clichês, só para divertir e assustar quem tiver o privilégio ou azar de me ouvir. Personagens com nomes americanos, paixões adolescentes, sangue, crueldade e, suspense...

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Caleidóscopio-Jogo de percepções

DIVÃLOSOFANDO
Ilustração:"Kaleidoslife" by DAN1ZINH4

E
u só percebo você através de mim.
Quando vejo seu rosto, vejo através dos meus olhos.
Quando ouço sua voz, ouço com meus ouvidos.
Quando penso em você, penso na imagem que eu concebi de você através dos meus sentidos.
Dentro da minha mente está o tudo e o nada.
O mundo está na minha cabeça.

E você também só me percebe através de você mesmo.
Quando você me rotula, faz isso baseado em seu julgamento.
Tudo o que eu sou para você, foi seu cérebro que processou com as variavéis disponíveis.
O que você diz de mim ou para mim pode me influenciar, mas só através de minha própria interpretação.
O que você acha de mim é ilusão tanto quanto é ilusão o que eu acho que você pensa de mim.

Somos donos da realidade porque ela só existe de dentro para fora.
O que é real continua existindo quando deixamos de existir.
Contudo, é como vemos a realidade o que faz a diferença.

Eu não posso controlar o mundo.
Mas posso controlar como percebo o mundo.
O controle está nas minhas mãos. E está nas suas.
Não dá para mirar um controle comum para a tv de outra pessoa e esperar que ela mude de canal. Quem é que tem controle universal para mudar os outros?

O que você leu, leu com seus olhos, processou conforme o que está dentro de você mesmo.
O que eu escrevi, agora já não mais me pertence.
Pois, na minha percepção, a vida é um jogo de percepções.E cada um tem a sua.
Ainda que no final, tudo e todos sejam tudo e todos.Pois, somos a soma de todas coisas.


Texto e ilustração by Daniella Dal'Comune 2009


quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Resposta do Amigo Acidental


Versos amigos

Um tempo depois de enviar uma carta a um amigo, "Carta ao amigo acidental" (2º post do blog: http://divalosofando.blogspot.com/2009/06/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x.html), recebi uma poesia dele. Poesia de Cris. L. Vieira:


"As vezes ando só


Mas ela sempre está comigo.


Sonolento,


Lavando o que tenho sujo


Ou deixando para outra hora...


Para contemplar o que não conheço,


Para assistir algo com os amigos


Ou com meu fantasma doce e complexo.


As vezes me pego só e cabisbaixo.


Algumas vezes rindo com os amigos.


Em outras andando em silêncio.


Nas piores, vendo ela partir.


Tudo e todos ficam turvos,


Quem vai ou quem fica não importa,


É com ela que desejo partir.


Solitário, tremo ante o inominável da existência,


Cruzo linhas inimigas,


Vejo por um caleidoscópio,


O muro, o velho muro.


Se ando, ando só e sem vizinhos,


Entre uma multidão de janelas,


Diante do amontoado de gentes,


Em sobrados pequenos,


em becos e cortiços,


Em meio à todo o saber do mundo.


Como um fantasma, eu vago só."

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Rapidinha no Divã- 01

"Tava na balada curtindo e vi na minha direção uma gata dançando,chamando muita atenção":

Bonifácio Galináceo: "WELL, WELL, WELL te levo pro motel"


Mariazinha Marrentinha: OUI, OUI, OUI te levo para UTI. "venha aqui que você vai ver"."Toma,tô toma tomaa.Vou te pegar"


*sátira de minha autoria com a música 'motel' do Dj Thiago. Tudo que está entre aspas faz parte da letra original.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Feijão & Arroz- A combinação do coração

Divãlosofando
Imagem by Reginaldo Fernandes

Como vemos a união de duas pessoas que se amam? Como duas metades da laranja? Duas metades iguais e perfeitas? Duas metades que se encaixam porque se pertencem?

Oras, eu não acredito em metades. Acredito em inteiros. Ser metade, ser incompleto, ser dependente de alguém para ser feliz? Não, isto é muito para mim. Acho a união de dois inteiros, diferentes e, que juntos formam uma boa combinação, mais atrativa para se fazer uma analogia do amor.

Tomo como exemplo a mais conhecida combinação de inteiros, distintos e que juntos são um belo “par de dois”: O Feijão com o Arroz. O feijão sozinho tem seus momentos de protagonista. O arroz forma outras parcerias interessantes. Logo, o arroz e o feijão são independentes. Mas arroz e feijão todo dia, juntinhos, por mais que se combinem, cansam. Assim é num relacionamento.

É importante que sejamos inteiros. Quanto mais inteiros mais interessantes somos uns para os outros. Quanto mais liberdade temos para nos relacionar com outras pessoas, mais enriquecedora, mais cativante se tornam nossas relações de amor. E nem estou falando de relacionamento aberto neste momento. Falo apenas de conversar com conhecidos, colegas, familiares e amigos sem ser vitima do ciúme. Sair com outras pessoas, ter outros papos, ser outra versão de si mesmo e, retornar ainda mais completo para os braços de quem se gosta.

O ciúme pode ser uma pimenta que ninguém agüenta. Mulheres e homens dependentes e ciumentos não sabem amar. Vivem iludidos e só enxergam a verdade que inventam para si mesmos. Têm tanto medo de ser enganados que eles mesmos se traem e se enganam por dar mais importância à imagem que criam do outro. São tão inseguros e egoístas que vivem tentando ilhar seus pares. Os ciumentos se dão muita importância e acham que o seu amor deve viver para lhes dar sentido à vida. São pessoas com uma visão distorcida incapazes de distinguir amor de posse. Não percebem que o dia que de fato cortarem as asas do outro, este será como um pássaro triste e amargurado numa gaiola. E o ciumento lhe perguntará “mas por que vive triste se lhe dou de comer, de beber e todo o amor do mundo?”. Acaba-se o encanto, aniquila-se o sentimento, destrói-se uma possibilidade, sobram duas metades murchas de uma laranja insípida.

Metade? Metade não é interessante. Viver e respirar para completar e ser completado não é saudável, tampouco é amor. Sou mais a versatilidade do arroz e a força do feijão. Ser como o arroz e o feijão sem ser feijão com arroz dia após dia, eis a questão – penso eu.

by Daniella Dal'Comune-2009