segunda-feira, 15 de junho de 2009

“Hipocrisia! Todo mundo tem uma prá dizer”.

divãlosofando

Parodiando Ideologia, de Cazuza e Frejat: “Hipocrisia! Todo mundo tem uma prá dizer”.

Hipocrisia: do grego hypocrisia, forma poética de hypócrísis, desempenho de um papel no teatro, dissimulação; s.f., impostura, fingimento; manifestação de virtudes ou sentimentos que realmente não se tem.

A rotina traz algum conforto e, por isso acabamos, inconscientemente, criando padrões de comportamento que, não raramente, confundimos com personalidade. Muitas vezes o comportamento inicial que resultou num padrão nem sequer foi expressão de nosso desejo. Pode, muito bem, ter sido fruto do acaso que surgiu como um novo atalho e tornou-se caminho principal. Somos a soma de todas as coisas. Habitados, talvez, por todas as personalidades, onde alguns acreditam conseguir assumir uma única e, sem perceber fazem das outras, amantes.

Quando adaptamos o que realmente pensamos e vamos vivendo de meias-verdades, distorcemos nossas personalidades e as fantasiamos com máscaras sociáveis, somos levados fatalmente a cometer o oitavo pecado capital: a hipocrisia.

No convívio social, frases e pensamentos prontos são repetidos indiscriminadamente. Respostas pré-fabricadas vão sendo passadas para frente porque economizam o tempo da reflexão. E quem é que nunca reproduziu infielmente sua própria percepção? Infelizmente, essas reproduções distorcidas de nossas opiniões vão sendo repetidas tantas vezes que acabam se misturando à nossas essências a ponto de nos confundir, nos tornar incoerentes e ocasionais hipócritas.

A grande questão é que nos rendendo à praticidade dos pensamentos pré-fabricados ou suavizando nossas opiniões para não nos expor, podemos não distinguir quem somos na essência, o que de fato assimilamos e o que são apenas efeitos colaterais de meias-verdades. A essência não muda, mas fica perdida em meio a tantas máscaras e fantasias. Todas as personalidades que possuímos viverão assombradas por essa essência porque ela é o norte sem o qual não sabemos que caminho seguir e “Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir.” (Sêneca).

by Daniella Dal'Comune-2009


7 comentários:

Eduardo Franciskolwisk disse...

A sociedade força vc a ser quem vc não é. E se vc não for muito esperto, ela acaba te mudando. lógico, sempre pra pior. Eu falo isso porque eu mudei muito depois que comecei a trabalhar. Fiquei tão idiota. A minha personalidade tava mudando demais e tava me fazendo mal. Então, eu chutei o pau da barraca e tô em casa pra pelo menos não esquecer quem eu sou.

Daniella Dal'Comune disse...

Valeu. E olha, de fato a sociedade que, queiramos ou não, fazemos parte, cria códigos aos quais muitas vezes torna-se dificil escapar.

Elaine Crespo disse...

Adorei a visita|!

O post também...Acho que temos a mesma relação com cinema!Ele faz parte da minha vida e é por isso que relaciono sempre o filme a algum fato ou momento que eu tenha vivido!
Coloquei o teu blog na lista dos meus e estou te acompanhando!

Belo post aquele que acabei de ler!

Bela Terça...

beijos
Elaine

Considerações sobre a vida disse...

Oi, Dani! Obrigada pelo comentário no meu blog! Será sempre bem-vinda! Gostei muito do seu texto também! Realmente, se não tivermos um motivo Maior para deixarmos de ser hipócritas, nunca o deixaremos!

Alinizinha! disse...

oiee
adorei o texto muito legal
a gente muda mesmo e nem nota,o pior eh que as vezes achamos ser alguem, mas as pessoas nos veem de outra forma...

bjosss ;)

Carolina Filipaki disse...

É isso mesmo!
Cada dia vestimos a roupa e a máscara que nos cabe!
Mas não sei se é hiprocrisia, afinal, muitas vezes estas mudanças de personalidade não são controladas por nós, são instintivas...

Daniella Dal'Comune disse...

"Em geral, mentimos para tornar as interações sociais mais fáceis e agradáveis, dizendo o que os outros querem ouvir, ou para parecermos melhores do que realmente somos", disse o professor de psicologia Robert Feldman, da Universidade de Massachusetts à ISTOÉ.